Fala-se muito sobre a busca de uma vida significativa, para poder fazer de nossa existência algo que tenha um propósito e que, espera-se, seja maior do que nós mesmos e nosso tempo limitado neste mundo. Pessoalmente, acho isto importante e também dedico muito tempo e energia para seguir nesta direção em minha vida privada, bem como no trabalho que faço com outras pessoas.
É precisamente nesta reflexão sobre ter uma vida mais significativa que me vem à mente a pergunta sobre por que alguém quereria ter sentido em sua vida, e embora a resposta possa levar a muitos caminhos, há um par deles que eu gostaria de compartilhar nesta ocasião.
Primeiro, encontrar um sentido na vida nos ajuda a ter uma direção, a saber (ou pelo menos pensar que sabemos) o propósito do que fazemos conosco mesmos. Descobrindo isso, podemos deixar de ser fazedores inveterados, que preenchem nossos dias e semanas com atividades uma após a outra, para entender o significado de cada dia e como colocamos esse tempo, nossos talentos, oportunidades e recursos disponíveis a serviço de algo que tem um propósito em si mesmo e que nos transcende a nós mesmos. Ter uma vida significativa nos ajuda a escolher o que fazer e o que não fazer, a reavaliar o que é realmente importante em virtude do propósito da vida e não sob a lupa de outras pessoas, da sociedade ou mesmo de nossas próprias pressões auto-impostas.
Sacudir tantas idéias de “deveria ser” para ser, e no processo agarrar-se consistentemente à nossa missão, é algo que fará de nossa vida uma jornada cheia de propósitos, mas também de custos a serem pagos. A consequência para nossa missão pessoal não é fácil, não é “barata”, mas certamente vale a pena.
Se quisermos encontrar uma vida significativa, talvez devêssemos fazê-lo sem uma calculadora, pois ela pode não ser realmente “conveniente”. Talvez seja uma boa idéia ir atrás deste propósito sem esperar muitos aplausos e melhor ainda, sem afixá-lo de tal forma que outros lhe dêem um gostinho ou lhe deixem um comentário que estimule seu ego. Trabalhar para uma vida mais significativa provavelmente está indo numa direção muito diferente do que você fez até agora ou dos conselhos do catálogo que está em toda parte sobre o que é bom, o que é bem-sucedido, o que é aplaudível e o que é desejável.
Uma vida significativa, não sei se é um lugar a ser alcançado, um estado de resultado ou um porto no qual podemos ficar atracados. Talvez seja antes uma viagem constante, uma calibração permanente, uma descoberta diária e uma navegação nunca suave; e talvez sejam todas estas vicissitudes que contribuem precisamente para encontrar o propósito que nos permitirá escolher, cada vez melhor, o que devemos fazer hoje, a fim de contribuir com o que é necessário amanhã.
